sexta-feira, 21 de junho de 2013

Gerald Thomas do Brasil: O POVO FALA MAIS ALTO:

The streets of central Rio de Janeiro and dozens of other cities echoed with percussion (stun) grenades and swirled with teargas last night as ranks of riot police scattered the biggest demonstrations Brazil has seen for more than two decades. And President Dilma, a former guerrilla during the military dictatorship, says, she’s on the “people’s side”. Really? She also says she’s “listening”. Listening to what? Altemar Dutra’s old songs?
As a minority of protesters threw rocks, torched cars and pulled down lamp-posts, the police fired volleys of pepper spray and rubber bullets into the crowd and up onto overpasses where car drivers and bus passengers were stuck in traffic jams. At least 40 people were injured in the city and many more elsewhere.
A vast crowd – estimated by the authorities at 300,000 and more than a million by participants – filled Rio’s streets, one of a wave of huge nationwide marches against corruption, police brutality, poor public services and excess spending on the World Cup. Yes, Better re-think the entire thing: Kabul or Baghdad maybe a more peaceful place.
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O POVO FALA MAIS ALTO
The Brazilian “Dream” is over
: e quem não dormiu num sleeping bag nem sequer sonhou! O sonho acabou!…
As ruas do país estão em chamas, enquanto a Bolsa derrete, o dólar dispara e o índice de emprego –que se mantém muito bom– já não dá para o gasto político. Foi engolido pelas más notícias na economia e pela frustração popular.
A acusação a Dilma é que, em dois anos, ela torrou o patrimônio político, econômico e social que herdou de Lula. A família lulista está tão em pé de guerra quanto os manifestantes que, por pouco, não subiram a rampa do Planalto na quinta-feira de fúria.
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Gabeira
Gabeira
Se eu tivesse que comparar o Gabeira a qualquer “ser” ou personagem teatral da História dramatúrgica, sinceramente? Não conseguiria. Não existem paralelos.
Esse homem é um ser iluminado, em todos os sentidos. Já foi tachado disso e daquilo pela direita, pela esquerda, por cima, por baixo, já foi chamado de viado, de cachorro, de tudo: no entanto está de pé, assim como a cultura cigana.
“Bury me Standing” de Isabel Fonseca, escritora Americana, (acho que ainda) casada com o autor inglês Martin Amis… enfim, “Bury me standing” vem de me enterrem de pé!, um velho comando, ou dizer, ou expressão usada pelos nômades que, de tempos em tempos, sofrem um holocaustozinho em diversos paises.
Pela lógica, Fernando Gabeira jamais poderia estar onde está agora, ou seja, vencendo e glorioso. Já o odiaram por ter voltado do exílio usando uma sunga mínima (um insulto pra esquerda), já o insultaram por querer se “intrometer” a defender causas que não lhe diziam respeito, como os negros e os homosexuais. Talvez, seguindo essa mesma lógica, talvez o Gabeira seja a única e REAL ponte que cubra esse “canyon” ridículo que ainda insiste em dividir pessoas entre direita e esquerda. Gabeira parece aquele que já atravessou o Checkpoint Charlie da (ex) Alemanha Oriental para a Ocidental com um sorriso na cara como se quizesse dizer: GENTE IMBECIL! Criando MUROS! Criando MURALHAS! Criando barreiras! O Gabeira que eu conheço pessoalmente há… há (ufa! 30 e poucos anos) sempre foi um LIBERTADOR!.
Mas vejam só que engraçado: certa vez, como correspondente da Folha em Berlim, ainda casado com a Yame, Gabeira vem para cobrir uma ópera que eu estava dirigindo em Stuttgart (Perseo e Andrômeda – John Neshling fez a crítica para o mesmo jornal – 1990). Pegou o trem, era inverno, tudo atrasou, chegou afobado… pediu uma tomada para plugar o computador. Naquela época não era internet ainda. Mandava-se matéria para uma central, sei lá como…
Mandou a coluna. Jantamos. Pegou o trem de volta para Berlim.
Anos antes disso: nos encontrávamos com muitíssima freqüência num restaurante macrobiótico no Leblon. Mastigávamos e mastigávamos e mastigávamos… Ruminávamos e ficávamos nos perguntando por que diabos um restaurante macro (um sobrado) ficava justamente em cima de um açougue!!!!!
Anos antes disso: Gabeira no exílio e eu sentado em Londres na sede da Amnesty International. Ele já não querendo muito contato com o “Que é Isso, Companheiro?”
E assim que o filme foi lançado, nos cruzávamos e, ambos de bico calado. A Nanda fez o filme, acompanhei de perto a tragédia filmada de um livro tão legal.
Fui em sua casa certa vez na Lagoa. Depois se mudou pro Bairro Peixoto, gravei uma entrevista. E tivemos um ÓTIMO debate sobre terrorismo, logo assim que voltei de NY após os ataques de 11 de setembro.
O Rio não pode AFFORD NOT TO, não pode se dar ao LUXO DE NÃO TER o Gabeira, sendo o Rio o que ele é.
E por quê? Porque um é a cara do outro! Se você tenta pegar o Gabeira com ecologia ele te devolve algo sobre supercondutores. Se você quer falar sobre política ele te responderá alguma coisa na linha da cultura eclética dos pós-semiólogos egípcios. Se você colocá-lo na mira em relação a qualquer assunto ele te devolve dez sobre os quais você simplesmente nada sabe ou sabe pouco.
E essa é justamente a natureza do carioca: a do samba, a do segundo surdo que entrecorta o samba e cria aquele falso desequilíbrio que faz com que a avenida inteira se sinta na ponta do pé e dance a noite inteira e rebole sem saber como está rebolando.
Ah… você está pensando… Farra? Não senhor! Essa é justamente a ARTE do equilíbrio de um EXIMIO político com vivência INTERNACIONAL pronto para enfrentar uma cidade aos pedaços, mas, nem por isso, menos cosmopolita.
E se você pedir um simples abraço ao Fernando, ele vai abraçar a Lagoa inteira!!!!
Gabeira, LOVE as always,
Gerald!

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