sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Entrevista - Projeto Salamandra

13/02/2008
Entrevistamos Adriane Gomes, artista e uma das responsáveis pelo Projeto Salamandra, projeto no qual atua em diversas formas de intervensão artística nas principais festas e festivais de Música Eletrônica do país!

Qual é a intenção do projeto Salamandra?
Adriane: O Projeto Salamandra chega ao público na forma de intervenções artísticas: usamos a dança, as instalações, projeção, mídias e happening e para nós a base de tudo é a experimentação (life art).Os temas abordados variam por projeto, a pesquisa ou desejo de conhecimento, é aquilo ao qual vamos falar naquele momento, tratar das urgências, do momento em que vivemos, ou mesmo falar de ritos de passagem, ou mergulhar nos conhecimentos da dança sagrada, na sintonia com nossos sentidos, “mudar a vibe”, transcender, acreditamos no mundo ancestral, nos seres fantásticos. Uma de nossas pesquisas é o conhecimento das cores e das flores, assim, existe o núcleo dos Seres das Terras Baixas, as Fadas, Gnomos, elfos, duendes, a proposta é a performance de cada um que representa aqueles ancestrais, que distribuem flores e frutas durante a apresentação, a cultura brasileira que é representada por orixás e por indígenas que tocam instrumentos sagrados, a cultura indiana - que é representado por deidades. Existem também criações como O BIXO que é uma criação da performer Adriane Gomes junto com um grupo multimidiático experimental do Projeto Salamandra. Outras performances como Mel onde é feito um trabalho de cura e de abertura de limpeza da alma, a Japonesa, onde temos um vídeo no you tube produzindo na EARTHDANCE – São Paulo, são trabalhos realizados em 2007. Tendo como inspiração Lygia Clark, Hélio Oiticica e Matthew Barney o grupo interage com a platéia atuante, de modo que se cria uma grande interação artista/público gerando uma aura mística, com muita alegria, onde todos dançam (entusiasmo) com a mesma energia proporcionando um ritual onde várias tribos se encontram numa grande roda e todos juntos celebram o incrível momento. “Alegria e entusiasmo, podem curar no corpo, porque nosso corpo é nossa alma.”

Além das festas e festivais de Música Eletrônica, onde mais podemos encontrar o trabalho de vocês?
Adriane: O conceito do Projeto Salamandra é gerado por um coletivo de profissionais do meio artístico e estudantes de artes e comunicação de várias universidades, sendo que o foco principal é a PUC-SP onde realizamos trabalhos acadêmicos e apresentações em sala de aula. O grupo apresenta-se em festivais de música eletrônicas como TRIBE, RESPECT, EARTHDANCE, em casa noturna como THE WEEK e em espaços culturais como o GAG (Grupo de Arte Global).
Porque as festas Trance combinam mais com intervenções artísticas?Adriane: Sempre pensando em resgatar a cultura, o Projeto Salamandra vivência experiências de compartilhar envolvimento, provocando encontros e aproximando as pessoas, e as festas Trance tem essa característica de respeito ao próximo de responsabilidade cultural e de respeito cultural aos índios. Eu penso que nas festas Trance você tem a chance de um contato com a natureza e com a terra, e isso é motivador. O projeto Salamandra quer falar da beleza do mundo, mesmo naquilo que pareça mais simples, como num gesto de ofertar uma flor ou um fruto ao seu amigo, as festas Trance dão oportunidade de um movimento artístico-cultural chamado Zona Autônoma Temporária, capaz de reunir diferentes tribos em um único local, onde cada um respeita o seu espaço sempre procurando passar alegria, paz, união, amor e respeito.É claro que algumas festas poderiam seguir o exemplo, de ter uma pista de dança limpa, mas para isso acontecer às pessoas precisam entender isso, e jogar o lixo no lugar certo, pista de dança não pode se transformar em lixeira, pois agente entra na festa e esta tudo limpinho, depois... É importante ter em mente que cada um é responsável pelo próprio lixo!

Qualquer pessoa pode participar do projeto? Existe algum pré-requisito?
Adriane: A princípio sim, para toda brincadeira existe uma regra. E para tudo funcionar existe alguém que fica vendo o todo, mas esse nunca faz tudo, pois o tudo: são as pessoas, o projeto só funciona porque existem muitas pessoas em volta dele, cuidando e dando muito amor. Tudo é feito com muita seriedade e disciplina, ao se doar terá que se envolver de verdade. O Projeto Salamandra conta com o apoio de pessoas interessadas em artes em geral, e sempre toda a ajuda voluntária é bem vinda até porque no meio artístico é difícil conseguir patrocínio. O pré-requisito para participar é ser uma pessoa interessada na energia ritualística e cabe a cada um participar e dar a sua contribuição para que todo o processo criativo possa fluir da melhor maneira possível, sem atrapalhar o andamento das performances. Sempre queremos pessoas que queiram participar, mas para isso entre em contato com antecedência assim podemos passar antecipadamente nossas condições e como funcionará, sempre onde estiver divulgado nosso nome, estamos abertos para quem quiser participar.

Como é a relação do Projeto Salamandra com outros projetos similares, tais como Circu-Lou, Projeto Pilze, Tyaso de Cinese, etc...? Há parcerias entre vocês?
Adriane: O Projeto Salamandra produz e desenvolve alguns eventos, fazendo parcerias com grupos artísticos, e desde o início as parcerias foram as mais diversas, na Tribe ao longo de dois anos tínhamos em média de três a quatro grupos diferente acompanhando nosso trabalhos, artistas de circo, performers, e muita experimentação.No festival Solaris, conhecemos o BIOLUMINI – malabares e performance – desde então é um dos nossos maiores parceiros. No ano de 2007 conhecemos o coletivo do Tyaso de Cinese, e em dezembro fizeram parte da nossa caminhada pela Tribe, O projeto Pilze vem com uma história bem legal. São pessoas a qual convivo diariamente na PUC, acho que é um grupo que trabalha com oficinas de sucata para malabares, e outras atividades ritualísticas, acredito muito nesse coletivo.Acabo de conhecer o Circo-lou, já tinha ouvido falar e tudo, mas quando os vi a primeira vez, foi no Universo Paralello fiquei desnorteada, tudo era perfeito!!!! Adoro o trabalho deles!

Onde serão as próximas apresentações?
Adriane: Se tudo der certo, vamos trabalhar muito este ano, temos uma agenda grande de trabalho e de pesquisas, neste momento os espelhos e fractais são minha nova motivação para desenvolver nosso novo sonho, mas por outro lado estamos estendendo nossas pesquisas e estaremos nas ruas, praças, quero estar nas Trances: Respect, Mystic Tribe, Tribe, e se alguém quiser conhecer nosso trabalho sejam bem vindos!

RETIRADO: http://mushrootz.blogspot.com/2008/02/entrevistamos-adriane-gomes-artsta-e.html

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